LAS VEGAS

    Um exemplo de cidade, que é a personificação do consumo, e ao mesmo tempo irreal pelo uso de tipologias comunicativas, é Las Vegas que se localiza nos Estados unidos, famosa por seus cassinos e agitada vida noturna. Sua forma de comunicação é impressionante. Edifícios imensos e um conjunto de luz e signos, que servem para chamar a atenção, como se implorasse por um “estou aqui” ou “olhe para mim”, devido a sua grande escala. Essa arquitetura é anti-espacial, mais de comunicação do que de espaço. A comunicação domina o espaço como um elemento na arquitetura e na paisagem.

     “A persuasão comercial do ecletismo de beira de estrada provoca um impacto audacioso no marco vasto e complexo de uma nova paisagem de grandes espaços, altas velocidades e programas complexos” afirma Robert Venturi (1977). Estilos e signos fazem conexões entre muitos elementos, bem distantes e vistos depressa. “A mensagem é rasteiramente comercial; o contexto é basicamente novo” complementa o mesmo autor.

     Tendo em vista, que neste caso, as relações espaciais são feitas mais por símbolos do que por formas, ou seja, a arquitetura nessa paisagem, se torna mais um símbolo no espaço do que uma forma no espaço. Um bom exemplo é a Rota 66, mostrando uma construção pequena, com um letreiro grande. Venturi (1977) reforça que “o letreiro é mais importante do que a arquitetura. Isso se reflete no orçamento do proprietário. O letreiro na frente é uma extravagância vulgar, os prédios nos fundos, uma necessidade modesta. O que é barato aqui é a arquitetura”.

     Com base nestas relações apresentadas, Venturi cita dois conceitos arquitetônicos: “duck” e “decorated shed”. O “pato”, como diz o autor, “é um edifício especial”, ele é o símbolo. Seria a construção convertida em escultura, um exemplo dado pelo autor é a loja que vendia pato, o drive-in “The Long Island Duckling”, que era em forma de pato. O “galpão decorado” é um edifício convencional a que se aplicam símbolos, ou seja: enfeitado. O ornamento é aplicado de forma independente, como frontões que lembram a Grécia antiga, ou as placas chamativas na beira de estrada.