CIDADES GENÉRICAS

      A “Cidade Genérica”, explicitada por de Rem Koolhaas(1995) em seu texto manifesto, de mesmo nome, é uma análise e crítica às cidades contemporâneas, como os aeroportos da atualidade, são todas iguais. O centro tem que ser sempre mantido, como “o lugar mais importante” e tem que ser ao mesmo tempo, o mais velho e o mais novo, mais estático e mais dinâmico, sofrendo intensas e constantes adaptações:

A cidade genérica é a cidade liberada do cativeiro central, da camisa de força da identidade [...] ela é nada senão uma reflexão da presente necessidade e da presente habilidade. É a cidade sem história. É grande o suficiente para todos. É fácil. Não precisa de manutenção. Se fica muito pequena, simplesmente se expande. Se fica muito velha, simplesmente se auto destrói e se renova. É igualmente exitante e não exitante em qualquer parte. “É superficial” - como um estúdio de Hollywood, podendo produzir uma nova identidade a cada manhã. (KOOLHAAS, 1995)

       A cidade genérica é rigorosamente multirracial, sua população, como afirma Koolhaas tem em média “8% negros, 12% brancos, 27% hispânicos, 37% chineses / asiáticos, 6% indeterminado e 10% outros”. E não sendo somente multirracial, mas também multicultural. É por isso que não é surpreendente ver templos entre os blocos, dragões sobre as avenidas principais ou Buda no CBD (Central Business District ou "Distrito Central de Negócios").
       A grande originalidade desta cidade é simplesmente abandonar o que não funciona, aceita qualquer coisa que cresce no lugar. Nesse sentido, a cidade gerada abriga tanto o primitivo e o futurista. A cidade é tudo o que resta do que a cidade costumava ser. “A cidade genérica é a pós-cidade a ser desenvolvida no local da ex-cidade” diz Koolhaas(1995). Apresentando fim definitivo ao planejamento da cidade.
      Os escritórios ainda existem, em números crescentes. Embora não sejam mais necessários. “Em cinco ou dez anos de trabalharemos todos em casa, mas então precisaremos de casas maiores, grandes o suficiente para utilizar-las para as reuniões e encontros. Os escritórios terão que ser convertidos em casas” (Koolhaas, 1995).
        A única atividade é ir às compras, mas não se pode considerar que ir as compras é algo temporário ou provisório. Espera-se melhores tempos. É uma espécie de culpa: nunca é pensado em algo melhor para fazer. As mesmas áreas inundadas com outros programas (bibliotecas, banheiros, universidades) seriam ótimos, se fossem invadidos pela grandeza dos grandes centros comerciais.
        A cidade genérica já teve passado mas, grande parte se perdeu, desapareceu, devido as diversas transformações que nossa sociedade teve, formando sobreposições.

[...] nos terrenos liberados, ao redor dos casebres restaurados, mais hotéis são construídos para receberem turistas adicionais na proporção direta do passado. Seu desaparecimento não tem influência em seus números, ou talvez seja somente uma corrida de último minuto. O turismo é agora, independente do destino [...] (KOOLHAAS, 1995)

     A cidade é uma junção de cenários sobrepostos, se antes as vitrines estavam com manequins de crianças, balões, e florzinhas coloridas, agora está com peças de vestuário vermelhas, detalhes dourados, adornada de pisca-pisca e festão que emolduram o cenário. É natal, clima nostálgico, época de desejar felicidades ao próximo. Os edifícios são enfeitados cheios de luzes piscando, Papai Noéis, lareiras, pinheiros, gorro, neve, renas, todos os elementos pertencentes a um país de clima frio. As cidades além de terem sua própria cultura, se apropriam de outras, deixando a sensação de que sempre foi assim.


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