NELSON BRISSAC

     Estamos vivendo em uma era pós-arquitetônica, o jeito convencional de organizar espaço defronta com o poder dos meios de comunicação. A antiga função dos espaços desaparece na extinção das distâncias geográficas. A moradia só existe como complemento da errância acelerada. Nesse processo, a crise da noção de dimensão, projeta um outro espaço: A tela se torna o lugar que aprisiona as três dimensões do espaço construído. “A arquitetura torna-se superficial” conclui o autor. 
     Para exemplificar quando se tem paisagem, o autor de “Paisagens Urbanas” cita Kant, o filosofo diz que o espaço em si não existe, o que existe são os fenômenos que se materializam neste referencial, desprezando o tempo e o espaço. O espaço é algo inalterável de percepção, mas permite haver a percepção. A paisagem está toda vez quando o espírito se desprende de uma matéria sensível para outra, mesmo que seja por lembrança. Nelson Brissac dá exemplos:  

A terra vista da lua pelos habitantes da terra, o campo para o citadino, a cidade para o camponês. A montanha vista pelo desenho vôo de um pássaro, mas também pela toupeira, que em vez de horizonte tem a toca (...) Há paisagem sempre que o olhar se desloca, o desen- raizamento é sua condição. (BRISSAC, 2003, p.354)


     Em “Paisagens Urbanas”, o autor faz uma distinção entre lugar e paisagem: o primeiro relativo ao que é habitável, morada, está ligado a destinação, a domesticidade; o segundo desloca o espírito, interrompe o tempo e o espaço, impondo uma pausa ao pensamento, como a primeira vez que se visita uma cidade estrangeira. “O lugar é natural, onde tudo se oferece ao saber, ao passo que a paisagem é demasiada presença”, complementa o autor.


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